Risco de demência aumenta em até 24% para pessoas com sofrimento psicológico. Maria Alice Fontes

Pessoas com sofrimento psicológico excessivo, caracterizado por estresse intenso e exaustão, humor depressivo e nervosismo crônico, têm um risco 24% superior para o desenvolvimento de demências.

A conclusão é do mais amplo estudo conduzido sobre o tema, por cientistas da Universidade de Helsinque, na Finlândia, publicado na revista científica JAMA.

Em relação à depressão, um outro estudo, de 2016, publicado no periódico The Lancet Psychiatry por pesquisadores holandeses, sugere que o risco pode aumentar gradualmente de acordo com a gravidade da doença. Isso quer dizer que, quanto pior o quadro depressivo, maiores são as chances do desenvolvimento de uma demência.

À medida que a população envelhece, os distúrbios de memória estão se tornando mais comuns. Portanto, é importante a compreensão de seus fatores de risco.

Além dos sabidos hábitos de vida saudáveis, como a prática de exercícios físicos, diminuição no consumo de açúcares, gorduras, alimentos industrializados, álcool e tabaco, sabe-se que é fundamental, também, cuidar da saúde mental, realizando atividades de lazer e exercitando o cérebro.

A psicoterapia torna-se fundamental, para prevenir ou tratar os transtornos de saúde mental que hoje são reconhecidos como uma das causas da demência. Quanto mais cedo nos atentarmos para a prevenção, mais qualidade de vida teremos na terceira idade.

Para os que já enfrentam o problema, a avaliação neuropsicológica é essencial para investigar as alterações de memória, linguagem, raciocínio e outras, e determinar se é um caso grave e quais as funções do cérebro foram afetadas.

A reabilitação neuropsicológica é importante, como forma de retardar o avanço da demência através de atividades que exercitam as funções cognitivas afetadas, oferecendo melhor qualidade de vida ao paciente e estimulando a independência, dentro das limitações de cada um.

A orientação com terapia familiar também é outra fundamental intervenção, não somente para o paciente, como para a família, uma vez que a demência exige uma adaptação de convivência com a doença e o desgaste emocional é frequente.

Portanto, fique sempre atento para as intervenções precoces e o tratamento especializado.

Colaboração: Mônica Merlini